O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, demonstrou ontem confiança na retomada da economia brasileira ao afirmar que "estamos testemunhando uma recuperação gradual das concessões de crédito", depois de uma forte contração no início de outubro.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, demonstrou ontem confiança na retomada da economia brasileira ao afirmar que "estamos testemunhando uma recuperação gradual das concessões de crédito", depois de uma forte contração no início de outubro.
A declaração foi feita em um discurso em inglês no encerramento do encontro anual das associações latino-americanas e caribenhas de economia e de econometria, no Rio.
Para o presidente do BC, o fato de os bancos públicos brasileiros responderem por uma parcela significativa do mercado de crédito contribuiu para essa retomada. O início da recuperação do mercado doméstico teria sido impulsionado também por medidas adotadas pelo BC no período, com o objetivo de restaurar a liquidez dos bancos e normalizar o mercado de crédito nacional.
Segundo Meirelles, facilitou a recuperação o fato de os bancos brasileiros contarem com reservas mínimas relativamente altas para padrões internacionais. O anúncio da liberação de R$ 100 bilhões pelo BC e o incentivo para que bancos maiores comprassem carteiras de crédito dos pequenos e médios também teriam ajudado.
Meirelles destacou ainda que, apesar de as condições de crédito não terem voltado aos patamares anteriores à crise e a confiança do consumidor ter caído desde outubro, o mercado de trabalho continua segurando a demanda doméstica.
Apesar de não falar em números do PIB (o dado do terceiro trimestre sai em dezembro), Meirelles se mostrou confiante. "O Brasil provavelmente vai se desacelerar, como todos os outros países, mas as previsões são que terá um crescimento acima da média mundial."
No cenário internacional, a situação também dá sinais de avanço. O acordo de troca de reais por dólares estabelecido com o BC dos EUA, que pode elevar as reservas brasileiras em até US$ 30 bilhões, fez com que os contratos de exportação se recuperassem parcialmente, na avaliação de Meirelles.