BB e Caixa baixam juro

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Uma semana depois de levarem um puxão de orelhas do presidente Lula, que está inconformado com o forte aumento dos juros cobrados de empresas e dos consumidores, dirigentes dos bancos oficiais trataram de atender a ordem do governo para reduzir os custos dos empréstimos e financiamentos, processo fundamental para garantir a demanda e os investimentos nesses tempos de crise. O Banco do Brasil anunciou ontem que cortou as taxas de várias modalidades de crédito tanto para o setor produtivo quanto para o consumo.

Uma semana depois de levarem um puxão de orelhas do presidente Lula, que está inconformado com o forte aumento dos juros cobrados de empresas e dos consumidores, dirigentes dos bancos oficiais trataram de atender a ordem do governo para reduzir os custos dos empréstimos e financiamentos, processo fundamental para garantir a demanda e os investimentos nesses tempos de crise. O Banco do Brasil anunciou ontem que cortou as taxas de várias modalidades de crédito tanto para o setor produtivo quanto para o consumo.

Já a Caixa Econômica Federal informou que sua nova tabela de juros será divulgada na próxima semana e, na primeira etapa, deverá beneficiar somente as empresas, especialmente as de médio e pequeno portes, que vêm sentindo com maior força as restrições impostas pelas turbulências internacionais.

Segundo o BB, a taxa mínima de juros dos cartões de crédito recuou de 4,23% para 3,79% ao mês nos financiamentos rotativos, nos quais os consumidores pagam uma parte dos débitos no vencimento das faturas, e de 4,99% para 2,92% ao mês nas compras parceladas. Nos descontos de cheques, operações muito usadas pelo comércio que trabalha com predatados, os encargos caíram de 2,32% para 1,98% mensais. Nos empréstimos para capital de giro de empresas e nos financiamentos a exportações (Adiantamento de Contratos de Câmbio, ACCs), os juros baixaram de 2% para 1,96% ao mês. Foi o primeiro corte de juros pelo BB em mais de um ano. As novas taxas passam a valer a partir de hoje.

Cobrança
O anúncio do BB foi bem recebido no Palácio do Planalto e no Ministério da Fazenda, ainda que assessores do presidente Lula e do ministro Guido Mantega tenham considerado os cortes de juros tímidos. “Mas não podemos reclamar. Num momento em que todo o mercado está elevando os juros, o BB deu um passo importante, pois obrigará a concorrência a sair atrás”, ressaltou um assessor palaciano, admitindo, porém, que será mais difícil baixar o custo dos crediários do que resolver os problemas de liquidez ocasionados pela crise.

Ele contou ainda que, no início da semana passada, Lula chamou em seu gabinete os presidentes do BB, Antônio Lima Neto, e da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, e cobrou explicações para o forte aumento dos spreads bancários, taxas que compõem os juros cobrados de empresas e consumidores e garantem os lucros do sistema financeiro.

Lula disse que não era possível que os bancos públicos tivessem feito esse movimento, acompanhando as instituições privadas, num momento em que o governo havia proporcionado um alívio ao sistema financeiro ao liberar quase R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para destravar o crédito. Os bancos sempre alegaram que os elevados níveis de compulsórios eram um dos principais motivos para spreads tão altos no Brasil. Lima Neto e Maria Fernanda tentaram justificar que o aumento dos spreads estava relacionado à elevação da inadimplência, ao maior risco das operações. Argumento que o BC desmontou ao informar que o índice de calote subiu apenas 0,1 ponto percentual em outubro, para 7,4% entre as pessoas físicas, e 1,7% entre as empresas.

O BC também mostrou que, no mês passado, o spread geral atingiu 28,4 pontos percentuais, o mais elevado desde maio de 2006. Junto com os spreads, subiram os juros. Na média, as taxas saltaram, em outubro, para 42,9% ao ano e para 45% na primeira quinzena deste mês, o pico em quase três anos. Entre pessoas físicas, os juros médios avançaram para 54,8% ao ano no mês passado e devem superar os 55% em novembro, percentual que Lula considera inaceitável. “O sistema financeiro precisa reduzir os juros porque não são justos”, reclamou anteontem. A mesma queixa ele havia feito durante a reunião ministerial, quando cobrou de Mantega que agilizasse os estudos tocados pela Fazenda para descobrir o porquê de spreads elevados.

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