O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu botar o pé no acelerador e aproveitar a onda de compras de instituições financeiras para valorizar o Banco de Brasília (BRB), seu principal ativo. A meta é faturar até R$ 1,5 bilhão com a venda da instituição, cujo controle vem sendo negociado desde o início do ano com o Banco do Brasil, que já demostrou disposição em desembolsar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no negócio.
O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu botar o pé no acelerador e aproveitar a onda de compras de instituições financeiras para valorizar o Banco de Brasília (BRB), seu principal ativo. A meta é faturar até R$ 1,5 bilhão com a venda da instituição, cujo controle vem sendo negociado desde o início do ano com o Banco do Brasil, que já demostrou disposição em desembolsar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no negócio.
O governador José Roberto Arruda, que vinha explicitando certa resistência em se desfazer do BRB por questões políticas, percebeu que, se deixar passar a atual guerra entre os grandes bancos pela liderança do mercado brasileiro, pode acabar ficando com um “mico” nas mãos. A partir de 2011, o maior atrativo do BRB, a folha de pagamento de cerca de 180 mil servidores, desaparecerá. O funcionalismo terá a opção de escolher em qual instituição quer receber sua conta.
“O GDF não pode perder o bonde. Com o interesse em alta dos grandes bancos por novas fatias de mercado, o momento de se desfazer do BRB é agora”, disse ao Correio um dos profissionais envolvidos nas negociações com o BB. Ele ressaltou que Arruda ouviu um pedido do presidente Lula para que o BB tivesse a preferência. “O Palácio do Planalto tem muito interesse que o BB volte a ser a maior instituição financeira do país, posto perdido depois da fusão do Itaú com o Unibanco”, assinalou.
A idéia inicial do governador era leiloar o BRB, processo que teria a participação dos bancos privados. Mas tal opção foi praticamente enterrada. Arruda concluiu que a compra do BRB por uma instituição privada criaria muita animosidade entre os funcionários da instituição distrital. Pesquisas informais mostraram que eles só aceitariam a venda do BRB para o Banco do Brasil, já que, dessa forma, garantiriam a condição de servidores, com todas as regalias que o setor público oferece.
Os auxiliares de Arruda mapearam que, sem a resistência dos funcionários, o GDF não terá o menor problema para aprovar a venda do BRB na Câmara Distrital. “Com o BB na jogada, tudo ficará mais fácil”, destacou um funcionário do governo distrital, lembrando que o preço final de venda do BRB sairá das avaliações das consultorias contratadas pelo BB e pelo GDF, em fase final dos trabalhos. A perspectiva é de que isso ocorra, no máximo, até o final deste mês.
Enquanto a compra ainda está em negociação, o BB praticamente bateu o martelo para a compra da Nossa Caixa, controlada pelo governo de São Paulo. A dúvida é se o negócio será divulgado ainda nesta sexta-feira ou depois do retorno de Lula do exterior. O BB deve pagar cerca de R$ 7 bilhões pela Nossa Caixa, dos quais R$ 5 bilhões para o governo paulista e R$ 2 bilhões aos acionistas minoritários da instituição. Na próxima semana, o BB poderá fechar a compra de até 49% das ações do Banco Votorantim, pertencente à família Ermírio de Moraes. A operação também deve movimentar aproximadamente R$ 7 bilhões.