Por ter participado da Mesa de Negociação como representante da FAABB, gostaria de compartilhar com todos os associados as minhas considerações sobre a formatação da proposta de alteração do custeio e do estatuto da Cassi e o porquê de a AFABB-DF orientar o voto SIM.
Na época da criação da nossa Caixa de Assistência em 1944, no auge da Segunda Guerra Mundial, os maiores avanços da medicina eram os opioides para combater as dores e a penicilina contra infecções de todos os tipos.
Em nossos dias, o desafio são os elevados custos na assistência à saúde, diante da longevidade da população e dos aumentos de preços de medicamentos e de novas tecnologias, além da pressão das despesas com internações e hotelarias hospitalares. Essa adversidade é contínua e crescente. Administrar tudo isso com inteligência é tarefa complexa que demanda equilíbrio constante entre receitas e despesas.
A gestão atual da Cassi tem empreendido medidas para ganhar eficiência operacional e reduzir e conter a disparada das despesas assistenciais, renegociando contratos com hospitais e clínicas médicas e laboratoriais. Ações para eliminar desperdícios e a ocorrência de fraudes. Mas somente tais iniciativas não chegam a ser suficientes. Há necessidade de medidas de ajustes do custeio que permitam o aporte de novos recursos para a entidade.
Desde 2018, o Banco do Brasil (BB) vinha sendo cobrado pelas entidades dos associados [AAFBB, ANABB, CONTEC, Contraf/CUT e FAABB] para retomar a Mesa de Negociação interrompida em março daquele ano, o que aconteceu em 30/01/2019. Desde então, foram dez exaustivas rodadas de negociações, sem contar outras tantas reuniões entre as entidades e técnicos da Cassi e do próprio banco, na busca de uma saída para a recuperação do patrimônio social da Cassi.
Em pouco mais de dois meses, aconteceram inúmeras simulações financeiras e atuariais para se chegar à proposta construída e ora em votação pelo Corpo Social. Só as pessoas que participaram assiduamente dos exercícios técnicos, financeiros e das cansativas discussões, sabem das dificuldades para chancelar a proposta que aí está.
É uma proposta acordada entre as entidades dos associados e o patrocinador, o BB, devidamente auxiliados por técnicos da operadora que considera, ainda neste exercício, aporte em torno de R$ 764,3 milhões em novos recursos. Nela estão inseridas medidas que objetivam, como afirmei em outra oportunidade, recuperar liquidez, reservas, margem de solvência e demais índices financeiros da Cassi. Enfim, ações que buscam recuperar o seu patrimônio social e, em outras palavras, preservar a melhor qualidade de assistência à saúde de todos os associados e seus familiares.
Importante também é que o Benefício Definido-BD (obrigação do empregador após a aposentadoria) não sofrerá modificações com a alteração estatutária, porque a proposta em votação não muda a classificação desse compromisso, conforme esclarece o BB em nota divulgada na terça-feira (21/05).
A propósito da solidariedade, a diretoria da AFABB-DF entende que, como as contribuições estarão referenciadas por percentuais sobre salários e benefícios, o princípio da solidariedade estaria mantido, porém em bases mais próximas da realidade dos custos dos serviços médicos.
Se nós, associados, somos os donos da Cassi e ainda seus clientes e consumidores exclusivos, como tal, para preservá-la, precisamos buscar meios de elevar suas receitas e reduzir as despesas. Com isso, manteremos a qualidade e a abrangência dos seus serviços.
Diante desse cenário e do compromisso com seus associados, a AFABB-DF orienta o VOTO SIM à aprovação da proposta de custeio e de reforma estatutária da Cassi, ora sob apreciação do seu Corpo Social.
Arnaldo Fernandes de Menezes
Presidente da AFABB-DF